Apnéia do sono ou Síndrome de Apnéia Obstrutiva do
Sono (SAOS) é definida como
uma condição clínica caracterizada por episódios repetitivos de obstrução da
via aérea superior durante o sono resultando, frequentemente, em diminuição da oxigenação sanguínea e microdespertares. A
apnéia obstrutiva corresponde a uma redução de 90% do fluxo de ar durante, pelo
menos, dez segundos.
Entre a população geral, casos de apnéia variam de 1% a 8% em
homens e de 1,2% a 2,5% em mulheres, subindo para 10% da população acima de 65
anos e para 46% entre motoristas profissionais.
Na maior parte das vezes, as apnéias não são suficientes para
despertar a pessoa, mas há uma alteração no padrão de sono, passando do sono
profundo para um sono mais superficial. Como este sono não é repousante, as
manifestações típicas são uma sensação de "noite mal dormida" ao
despertar, assim como fadiga e sonolência durante o dia.
As apnéias podem ser leves, moderadas ou graves, de acordo com o número
de apnéias por hora de sono. Existem três formas distintas de apnéia do sono:
central, obstrutiva e mista ou complexa . Na apnéia do sono do tipo central, a
respiração é interrompida pela "falta de esforço respiratório"; na
apnéia do sono do tipo obstrutivo, a respiração é interrompida por um bloqueio
físico ao fluxo aéreo "apesar do esforço respiratório". Na apnéia do
sono complexa (ou mista), há uma transição de características centrais para
obstrutivas durante os eventos.
São fatores predisponentes: sexo masculino (duas vezes mais
comum em homens), aumento da idade (mais comum após os 35 anos), aumento do
Índice de Massa Corporal - IMC (quanto maior o peso maior o risco), obesidade
central (abdômen > 94cm nos homens e > 80cm nas mulheres indicam maior risco),
hormônios estrogênios e androgênios, hereditariedade (risco 22 a 84% maior entre parentes sanguíneos), aumento da complacência das vias aéreas
superiores por uso de drogas miorrelaxantes, álcool, sedativos, circunferência do pescoço maior que 40cm e tabagismo
(ativo e passivo).
Na infância, os fatores predisponentes são: hipertrofia de tecido linfóide das vias aéreas
superiores (adenóides e amígdalas) e malformações congênitas (síndromes genéticas, micrognatia, retrognatia).
A apnéia está frequentemente relacionada com diabetes, obesidade, hipertensão, insuficiência
cardíaca, infarto, arritmia cardíaca, fibrilação atrial, AVC, síndrome do
ovário policístico.
O diagnóstico é confirmado através da polissonografia ou por um estudo cardio-respiratório, comumente conhecido como "estudo do sono".
O principal sintoma da apnéia do sono é a sonolência intensa durante o dia. As outras manifestações
da doença incluem o ronco, seguido de pausas
respiratórias (as apnéias), dificuldade de manter a concentração e a atenção
devido à sonolência diurna.
O tratamento inclui medidas gerais como redução do peso corporal, redução do consumo do álcool e tratamento da congestão nasal, rinite e sinusite. Além disso, deve-se evitar cigarro,
álcool, bebidas com cafeína, exercícios intensos, refeições pesadas e medicamentos sedativos antes de dormir, além de evitar dormir de barriga para cima.
O tratamento mecânico envolve o uso do CPAP (Continuous
Positive Airway Pressure) ou BIPAP (Bilevel Positive Airway Pressure), que são aparelhos que auxiliam na
manutenção da perviedade da via aérea durante o sono.
O tratamento cirúrgico pode ser indicado. Entre as opções estão a adenoidectomia, a uvulopalatofaringoplastia, a traqueotomia entre outros.
Consulte um Otorrinolaringologista.