terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Ronco e Apnéia

Apnéia do sono ou Síndrome de Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS)  é definida como uma condição clínica caracterizada por episódios repetitivos de obstrução da via aérea superior durante o sono resultando, frequentemente, em diminuição da oxigenação sanguínea e microdespertares.  A apnéia obstrutiva corresponde a uma redução de 90% do fluxo de ar durante, pelo menos, dez segundos.

Entre a população geral, casos de apnéia variam de 1% a 8% em homens e de 1,2% a 2,5% em mulheres, subindo para 10% da população acima de 65 anos e para 46% entre motoristas profissionais.

Na maior parte das vezes, as apnéias não são suficientes para despertar a pessoa, mas há uma alteração no padrão de sono, passando do sono profundo para um sono mais superficial. Como este sono não é repousante, as manifestações típicas são uma sensação de "noite mal dormida" ao despertar, assim como fadiga e sonolência durante o dia. 

As apnéias podem ser leves, moderadas ou graves, de acordo com o número de apnéias por hora de sono. Existem três formas distintas de apnéia do sono: central, obstrutiva e mista ou complexa . Na apnéia do sono do tipo central, a respiração é interrompida pela "falta de esforço respiratório"; na apnéia do sono do tipo obstrutivo, a respiração é interrompida por um bloqueio físico ao fluxo aéreo "apesar do esforço respiratório". Na apnéia do sono complexa (ou mista), há uma transição de características centrais para obstrutivas durante os eventos.

São fatores predisponentes: sexo masculino (duas vezes mais comum em homens), aumento da idade (mais comum após os 35 anos), aumento do Índice de Massa Corporal - IMC (quanto maior o peso maior o risco), obesidade central (abdômen > 94cm nos homens e > 80cm nas mulheres indicam maior risco), hormônios estrogênios e androgênios, hereditariedade (risco 22 a 84% maior entre parentes sanguíneos), aumento da complacência das vias aéreas superiores por uso de drogas miorrelaxantes, álcool, sedativos, circunferência do pescoço maior que 40cm e tabagismo (ativo e passivo).

Na infância, os fatores predisponentes são: hipertrofia de tecido linfóide das vias aéreas superiores (adenóides e amígdalas) e malformações congênitas (síndromes genéticas, micrognatia, retrognatia).

A apnéia está frequentemente relacionada com diabetes, obesidade, hipertensão, insuficiência cardíaca, infarto, arritmia cardíaca, fibrilação atrial, AVC, síndrome do ovário policístico.

O diagnóstico é confirmado através da polissonografia ou por um estudo cardio-respiratório, comumente conhecido como "estudo do sono".

O principal sintoma da apnéia do sono é a sonolência intensa durante o dia. As outras manifestações da doença incluem o ronco, seguido de pausas respiratórias (as apnéias), dificuldade de manter a concentração e a atenção devido à sonolência diurna.

O tratamento inclui medidas gerais como redução do peso corporal, redução do consumo do álcool e tratamento da congestão nasal, rinite e sinusite. Além disso, deve-se evitar cigarro, álcool, bebidas com cafeína, exercícios intensos, refeições pesadas e medicamentos sedativos antes de dormir, além de evitar dormir de barriga para cima.

O tratamento mecânico envolve o uso do CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) ou BIPAP (Bilevel Positive Airway Pressure), que são aparelhos que auxiliam na manutenção da perviedade da via aérea durante o sono.

O tratamento cirúrgico pode ser indicado. Entre as opções estão a adenoidectomia, a uvulopalatofaringoplastia, a traqueotomia entre outros.


Consulte um Otorrinolaringologista.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Diabetes - Conhecer para Prevenir

Vivemos uma epidemia do Diabetes Mellitus. Em 1985, estimava-se 30 milhões de adultos diabéticos no mundo. Para 2030, a estimativa é de 300 milhões.

Estes números vem crescendo devido ao envelhecimento da população, e, principalmente, devido às altas taxas de sobrepeso, obesidade e de pessoas sedentárias.

TIPOS DE DIABETES

Diabetes Mellitus do tipo 2:

    90 a 95% dos casos
    Acomete adultos acima de 40 anos, mas pode se manifestar antes desta idade
    Está mais relacionado ao sobrepeso e obesidade
    Ocorre por deficiência na ação e/ou secreção de insulina
    Tratamento: medicações orais e/ou insulina

Diabetes Mellitus do tipo 1:

    5 a 10% dos casos
   Acomete crianças e adolescentes, podendo se manifestar em   casos mais raros no adulto
    Ocorre por destruição de células pancreáticas, levando a deficiência de insulina
    Tratamento: insulina

Diabetes Gestacional:

    Ocorre em 1 a 14% das gestações
   Trata-se do diabetes que se inicia ou é diagnosticado na gestação, devido a deficiência na ação e/ou secreção de insulina.
    Tratamento: controle dietético e atividade física associados ou não à insulina


Pré-Diabetes

    Tratamento: controle dietético e atividade física associados ou não à metformina

SINTOMAS DO DIABETES MELLITUS

Podem ser sintomas do diabetes:

    Sede excessiva
    Rápida perda de peso
    Fome exagerada
    Cansaço inexplicável
    Muita vontade de urinar
    Visão embaçada
    Falta de interesse e de concentração
    Vômitos e dores estomacais

Entretanto, o paciente pode não apresentar sintomas e o diagnóstico ocorrer através de exames de sangue.

DIAGNÓSTICO DO DIABETES

Para o diagnóstico de diabetes, usamos alguns critérios:

    Glicemia em qualquer horário do dia acima de 200mg/dl associada a sintomas de muita sede, aumento da frequência urinária, muita fome e/ou perda de peso;
    Glicemia em jejum (jejum de 8 horas) acima de 126mg/dl (confirmado em 2 medidas realizadas em dias diferentes);
    Glicemia no teste da curva glicêmica (teste de tolerância a glicose oral) após 2h (120min) acima de 200mg/dl.

Para o diagnóstico de pré-diabetes, seguem os critérios:

    Glicemia em jejum (jejum de 8 horas) entre 100 e 126mg/dl;
    Glicemia no teste da curva glicêmica (teste de tolerância a glicose oral) após 2h (120min) entre 140 e 199mg/dl.

Observação: Para o diagnóstico de Diabetes Gestacional, são utilizados outros critérios específicos.

PREVENÇÃO DO DIABETES

Para prevenção do Diabetes Mellitus do tipo 2, a mudança de estilo de vida com uma alimentação mais saudável e a prática regular de atividade física pode reduzir em até 58% o risco de desenvolver diabetes, segundo os últimos estudos.

Quanto ao Diabetes Mellitus do tipo 1, não existe uma medida de prevenção especifica, mas o estímulo ao aleitamento materno e evitar o consumo de leite de vaca nos primeiros 3 meses de vida pode ter algum impacto na sua ocorrência.

Quanto ao Diabetes Gestacional, é necessário que o obstetra faça seu rastreamento durante a gestação.


O DIABETES MELLITUS É UMA DOENÇA QUE PODE LEVAR A COMPLICAÇÕES OFTALMOLÓGICAS, RENAIS, NEUROLÓGICAS E CARDIOVASCULARES (COMO INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO E ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL).

A PREVENÇÃO E O DIAGNÓSTICO PRECOCE SÃO A FORMA MAIS EFICAZ DE SE EVITAR O DESENVOLVIMENTO E A OCORRÊNCIA DE COMPLICAÇÕES PELO DIABETES!





sábado, 1 de novembro de 2014

Nutrição Funcional

Diferente da Nutrição Clássica, a Nutrição Funcional trabalha a individualidade bioquímica de cada pessoa, aplicando a Ciência dos Nutrientes.

Não limita-se somente à prescrição de dietas com os alimentos funcionais tidos como saudáveis, porque o que é saudável para uma pessoa pode causar doença ou intolerância à outra.

A Nutrição Funcional avalia os sinais e sintomas baseados em um rastreamento completo do paciente e os relaciona com a carência ou excesso dos nutrientes, corrigindo os desequilíbrios nutricionais que geram sobrecarga no sistema imunológico e desencadeiam “processos alérgicos” tardios, os quais podem provocar diversas patologias crônicas.

Exemplo disso é o tratamento da obesidade, que hoje é  definida como uma doença inflamatória, e não pode ser tratada apenas pela contagem de calorias em um cardápio, mas sim, pela escolha de alimentos que irão reduzir este processo inflamatório.

Assim, a Nutrição Funcional pode atuar na prevenção de  doenças ou na redução ou controle de sinais e sintomas como:

- Excesso de peso;

- Desordens de pele: eczemas, psoríase, acne, ressecamento cutâneo e dermatites;

- Problemas Circulatórios: retenção hídrica, varizes e olheiras;

- Problemas estéticos: celulite, queda de cabelo, flacidez cutânea, enfraquecimento de unhas e ressecamento de pele;

- Alterações comportamentais, mau humor, ansiedade, irritabilidade e agressividade;

- Déficit de concentração e de memória;

- Compulsão alimentar;

- Baixa performance física;

- Hiperatividade e déficit de atenção;

- Dores de cabeça e enxaquecas;

- Doenças neurológicas;

- Candidíase crônica e outros problemas fúngicos;

- Acompanhamento pré e pós gestacional;

- TPM e SOP (Síndrome do Ovário Policístico);

- Osteopenia e osteoporose;

- Alterações Digestivas: cólon irritável, doença de Chron, colites, desequilíbrios da flora intestinal, prisão de ventre e diarréias;

- Alterações do Sistema Respiratório: rinite, sinusite, asma e bronquite;

- Alterações Gástricas: mal hálito, aftas, refluxo, azia, má digestão e gastrites;

- Alterações Imunológicas: alergias alimentares, baixa imunidade e gastrite;

- Alterações Metabólicas: sobrepeso, obesidade, hipertensão, diabetes, colesterol alto, infarto e resistência insulínica;

- Disfunções Energéticas: dores musculares e síndrome da fadiga crônica.


Procure um Nutricionista Funcional e agende sua consulta.

sábado, 4 de outubro de 2014

Hepatite C

A hepatite C crônica é uma doença infecciosa viral em que o órgão do corpo humano mais envolvido é o fígado. Tem prevalência de 2 a 3% da população mundial, sendo a principal causa de transplante hepático no mundo.

As principais formas de transmissão são transfusão sanguínea, uso de drogas endovenosas ou inaladas, procedimentos hospitalares com material mal higienizado, uso compartilhado de instrumentos como cortadores de unhas, lâminas de barbear e alicates, confecção de tatuagens e introdução de piercings com material contaminado, além da transmissão para o recém-nascido no momento do parto. A via sexual raramente está relacionada.

A doença é silenciosa, sem muitas manifestações clínicas, e o diagnóstico é feito através da pesquisa do vírus no sangue. Se não for tratada, evolui com o passar dos anos para cirrose hepática e câncer de fígado, com aumento importante da morbidade e mortalidade.

A maioria dos pacientes tem indicação de tratamento e a doença TEM CURA, principalmente se ele for realizado nas fases iniciais da infecção. Informe-se!! Procure um Hepatologista para mais esclarecimentos!

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Alterações de memória

Atualmente, a queixa de alterações de memória é bastante comum. Isso porque nos encontramos cada vez mais envolvidos em múltiplas tarefas e com maiores responsabilidades. Além disso, o envelhecimento da nossa população pelo aumento da expectativa de vida tornou imprescindível o diagnóstico e manejo desse sintoma cognitivo tão importante.

Os sintomas mais comuns são o esquecimento de onde se guardou objetos, o esquecimento de compromissos, como uma consulta médica ou o pagamento de uma conta, e, em alguns casos, sobre o que se está conversando. Outros menos freqüentes, mas de maior gravidade, são a desorientação em relação ao tempo (dia do mês ou da semana, o mês e o ano atuais) e a localização (se está em casa, no trabalho ou na escola, por exemplo), assim como perder-se em locais conhecidos e não reconhecer pessoas próximas.

O diagnóstico é feito através de avaliações clínica e neurológica adequadas. Os exames complementares, como uma triagem laboratorial e exames de imagem (tomografia computadorizada  ou ressonância nuclear magnética), devem ser bem indicados, considerando-se o perfil de sintomas de cada paciente e baseados em uma boa consulta médica.

O mais importante é que se você apresenta qualquer uma dessas queixas, procure um profissional preparado para interpretá-las, como o neurologista. Esses sintomas cognitivos podem apenas ser reflexo de uma vida muito corrida, sedentária e de uma alimentação inadequada, porém também podem representar condições patológicas, como a depressão ou a doença de Alzheimer.

O tratamento depende da definição da causa do déficit de memória. Entretanto, a mudança de hábitos de vida é comum a todos os tratamentos, como a prática de exercícios físicos regularmente, uma alimentação equilibrada, manter a qualidade do sono e o tempo de dedicação à família, aos amigos e de realização de algum hobby.


Informe-se! Não se esqueça, procure um neurologista!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Doença do Refluxo Gastroesofágico

É a doença mais frequente nos consultórios de Gastroenterologia.  Acomete homens e mulheres e afeta bastante a qualidade de vida dos pacientes. Ocorre por uma ineficiência da musculatura entre o esôfago e o estômago.  Os sintomas mais frequentes são pirose (azia), regurgitação, rouquidão, tosse seca e sensação de uma bola na garganta. Pode haver associação com a tão conhecida hérnia de hiato e esta pode dificultar muito o controle dos sintomas.

O diagnóstico é clínico, ou seja, através dos sintomas e da história contada ao médico, porém a endoscopia digestiva alta é o exame complementar mais utilizado para a avaliação do paciente.

O tratamento é feito com medicamentos, controle do peso, retirada de alimentos que causam o refluxo, além da modificação dos hábitos de vida. Orientação nutricional tem papel importantíssimo. Se não for tratada, a doença pode evoluir com inflamação grave do esôfago e progredir até para o câncer. Alguns pacientes precisam realizar tratamento cirúrgico.

Informe-se! Consulte um Gastroenterologista!

domingo, 14 de setembro de 2014

Zumbido. O que fazer quando ele aparece?


O zumbido consiste na percepção de um som quando não há um estímulo sonoro correspondente no ambiente ao seu redor. Pode ser relatado como um apito, um chiado, uma cigarra, um grilo, uma cachoeira, uma panela de pressão, um  motor ou um escape de ar.

O zumbido é um sintoma, não uma doença, e pode ter várias causas em uma mesma pessoa.
Está presente em, aproximadamente, 15% da população em geral e é mais comum na faixa etária entre a quinta e oitava décadas de vida. Porém, somente cerca de 5% desses indivíduos se incomodam com o zumbido, causando prejuízos na sua qualidade de vida.
O zumbido pode estar associado a inúmeras causas, como  as doenças do ouvido, labirintites, perdas auditivas, exposição prolongada a ambientes muito ruidosos ou ao uso de medicamentos (anti-inflamatórios, antibióticos, sedativos, antidepressivos).

Às vezes, o zumbido pode ocorrer por acúmulo de cera nos ouvidos ou por infecções. Nesses casos, a remoção da cera ou o tratamento da infecção resolvem o problema.
Alterações no metabolismo, incluindo os distúrbios de açúcares (hipoglicemia, intolerância à glicose, diabetes), de gorduras (aumento do colesterol ou dos triglicerídeos) ou de hormônios da tireoide no sangue são causas comuns de zumbido e podem ser facilmente resolvidas adotando-se uma dieta adequada ou iniciando um medicamento específico.

O zumbido pode ainda ser provocado por problemas circulatórios, oscilações na pressão arterial, problemas do coração, distúrbios da articulação da mandíbula ou contratura dos músculos do pescoço. Estresse, ansiedade, depressão e pânico também são causas importantes de zumbido. É muito raro acontecer, mas o zumbido também pode ser provocado por um tumor benigno que acomete o nervo do ouvido, o schwanoma do acústico.
Não existe um único tratamento que seja eficaz para todos os tipos de zumbido. Existem muitos tratamentos que diminuem ou eliminam o zumbido, porém a eficácia depende das causas, da resposta individual ao tratamento e da sua  aderência. O tratamento terá maior chance de sucesso se for direcionado para todas as causas de zumbido identificadas em um mesmo indivíduo.
Portanto, o zumbido é um alerta para o indivíduo que algo pode estar errado, não só em seu aparelho auditivo como em todo o seu organismo. Consulte um Otorrinolaringologista!

domingo, 7 de setembro de 2014

Suplementação de ácido fólico na gestação


O ácido fólico, também conhecido como vitamina B9, é importante na prevenção das malformações do tubo neural, estrutura que dará origem ao sistema nervoso central do feto. As malformações mais comuns são a espinha bífida (exposição dos nervos da medula espinhal) e a anencefalia, que acometem, no Brasil, aproximadamente, um em cada 1000 nascidos vivos.

Estima-se que a suplementação adequada proporcione redução de 75% da ocorrência de defeitos de fechamento do tubo neural.

Sua forma natural, o folato, pode ser encontrada em vegetais de folhas verdes escuras, frutas cítricas, tomate, gema de ovo e fígado, porém é mal absorvida pelo organismo. Por esse motivo, a forma sintética (ácido fólico) é a alternativa mais eficaz e prática para a mulher.

A Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) recomenda a suplementação diária de ácido fólico sintético numa dose de 400 microgramas, iniciada pelo menos 30 dias antes da concepção e mantida durante os primeiros três meses (12 semanas) de gestação.  

A gravidez é uma das fases mais importantes e especiais da vida da mulher. Um bom planejamento e início precoce do acompanhamento obstétrico são muito importantes para o bom desenvolvimento da gestação.